Foi no VII Seminário da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD), que se realizou, recentemente, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, que foi atribuída a distinção “Melhor Investigação Científica” ao artigo “Impacto da prática regular de surfing na composição corporal e níveis de competência motora em pessoas com deficiência intelectual”.
Este estudo foi realizado no âmbito do projeto SOL – Surf, Ondas e Liberdade, desenvolvido pelo Surf Clube de Viana (SCV) em parceria com a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Viana do Castelo e apoiado pelo Prémio Capacitar 2021 do BPI e da Fundação "la Caixa".
Da autoria de Bruno Silva, da Escola Superior de Desporto e Lazer do Politécnico de Viana do Castelo, de Marco Areias e Miguel Silva, do SCV, e de Paulo Santos e Pedro Fornelos, da APPACDM, este estudo concluiu que o impacto da prática regular de surfing no desenvolvimento dos níveis de Competência Motora (CM) em utentes da APPACDM de Viana do Castelo diagnosticados com deficiência intelectual moderada/média, de acordo com a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), “intercedeu significamente na melhoria da composição corporal e qualidade muscular, força dos membros inferiores e níveis de competência motora estabilizadora.”
Para Marco Areias, responsável pelo SOL, “este estudo foi pioneiro, pois trabalhámos com pessoas com deficiência intelectual no âmbito de um projeto inovador, que incidiu na prática regular de atividades inclusivas de surfing.”
“Desde há vários anos, o SCV desenvolve o surfing inclusivo, por isso é uma honra vermos o nosso trabalho também validado com prémios”, refere Marco Areias.
O SOL – Surf, Ondas e Liberdade já tinha vencido também a categoria Welfare and the power of the outdoor no Outdoor Sports Euro’Meet, em setembro último, em Silkeborg, na Dinamarca.
Este projeto, com uma abrangência distrital, foi direcionado aos utentes da APPACDM de Viana do Castelo. Visou a capacitação de pessoas portadoras de deficiência intelectual e física, através da prática desportiva e de exercício físico regulares na natureza através do surf, estimular as competências sensoriais e motoras, aumentar os seus índices de atividade física e sensorial, as suas relações interpessoais e a sua integração na sociedade, além de contribuir para reduzir o problema social dos baixos índices de atividade física, dificuldades sensoriais e de acesso a diversas áreas da vida social das pessoas com deficiência.
Neste seminário da FPDD, um dos eixos de intervenção cofinanciado pelo Protocolo de Cooperação entre a Fundação do Desporto e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa/ Jogos Santa Casa para 2022, foi apresentada a edição n.º 22 da revista científica “Desporto e Atividade Física para Todos”, na qual foi publicado o artigo.
Boas Ondas! Melhor Surf Inclusivo!